Ensaio de manifesto artístico-fictício de criação literária
Eu sinto que chegou o momento, momento este imprescindível, necessário, natural de todo percurso de criação.
É o tempo da destruição!
Toda e qualquer destruição se faz sobre aquilo que passou por um processo complexo de construção, no entanto, não podemos nos esquecer que só se constrói com base na matéria-prima e recursos existentes, conhecidos e apreendidos ao longo desse processo, caso contrário, ausência se faz presença e, mesmo assim, constitui a construção, porém, como espaço vazio.
Essas lacunas continuarão a existir, se aquilo que foi construído persistir construído, inalterado ou adaptado, até que não servirá mais, não terá mais propósito, não fará mais sentido. Aí, então, o sentido é a destruição. Você destrói eliminando tudo o que foi feito e o não feito, todavia, uma coisa persiste, a possibilidade de fazer de novo, com uma diferença, agora há um novo repertório, novas referências, novo olhar, novas ferramentas, outros saberes, então, é possível uma nova construção - ou reconstrução, isso pouco importa - porque o resultado não é o mesmo, não se repete, não é exatamente igual. É novo em algo!
É bom lembrar que, mesmo assim, com a mudança dos tempos, muda-se tudo novamente e novos vazios aparecem. Isso é movimento. Isso é anima, do grego anemos “vento” ou “ar”, do latim, “alma” ou “princípio vital”. Devemos ter apreço por ele. Ele nos faz animadamente vivos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Opine sempre.